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Elementos Visuais e de Estilo

Documentos não são apenas texto. As abordagens modernas de comunicação incorporaram a milenar tradição humana de narrativas visuais (visual storytelling) como uma importante forma de construir uma argumentação e facilitar a compreensão do conteúdo pelos destinatários.

É a expressão de ideias e emoções pela estética em oposição, ou em complemento, à mensagem textual.

No mercado jurídico esse conjunto de novas técnicas vem sendo chamado de Visual Law.

Com o uso de técnicas de Visual Law, o conteúdo de um documento jurídico passa a ser comunicado: (a) com ajustes na folha de estilo, como fontes e cores, espaçamento, destaque de citações etc.; e (b) com mídias visuais como gráficos, infográficos, tabelas e imagens.

Para serem bem-sucedidas, as técnicas de Visual Law precisam ser acompanhadas de uma profunda revisão de texto, que é o UX Writing (User Experience Writing) e o seu subgênero para o Direito UX Legal Writing.

No UX Writing, usamos técnicas de composição textual para (a) organizar e padronizar a topologia geral dos tópicos ou capítulos; (b) eliminar redundâncias de texto e de variáveis1; (c) revisar estrutura, sequência lógica e frases; (d) editar o estilo de redação2; e, por fim, (e) excluir textos tornados redundantes pela introdução de um elemento visual substitutivo.

Artesanal vs. Padronizado

Em templates automatizados dá para aplicar muito Visual Law, mas há limites associados à maneira como é implementada a lógica de construção dos Documentos Inteligentes.

Como regra geral, quanto mais lógica e variação tiver um documento, mais difícil será uma implementação extensa de Visual Law. Isso é especialmente verdadeiro se o template tiver muitas permutações, com variações de tamanho de texto e posicional de imagens.

Ou seja, quanto mais artesanal e menos padronizado forem os elementos de Visual Law, mais difícil será a automação, pois o designer terá de acomodar todos os cenários de renderização visual para que o layout não seja quebrado.3

O que é possível fazer na Looplex

Dá para fazer muita coisa de Visual Law na plataforma Looplex, mas há algumas constrições técnicas e práticas.4

Oferecemos três maneiras de construir um template de documento: no code (editor templates no Word), low code (programação visual) e high code (construtor de lógica).

Em cada caso as constrições são diferentes. Vamos tratar aqui apenas da programação em Lawtex, porque nos outros os limites de Visual Law são mínimos, basicamente as limitações do Power Point e do Word.

O que o sistema pode “imprimir”

O output visual de um template de lógica jurídica são os prints. O sistema pode gerar quatro tipos de print:

Folha de estilos

Pode-se definir estilos globais (aplicáveis a todos os elementos de um documento) ou locais (específico para alguma frase ou tópico, que substitui naquele ponto a definição de estilo global).

Os parâmetros globais de diagramação e tipografia, bem como sua implementação, podem ser encontrados em nossa base de conhecimento no artigo sobre Folha de Estilos. Eles compõem um arquivo CSS chamado “Lawsty”, que interage com o template de lógica.

Margens, papel e layout

Você pode escolher diferentes tipos de papel (A4, A3, Carta), a orientação (retrato ou paisagem) e determinar quais serão as margens laterais e verticais. Além disso, todo os documentos têm três áreas de impressão: Header (cabeçalho), Body (corpo do documento) e Footer (rodapé).

Cabeçalho e rodapé podem ser diferentes na primeira página e/ou variar entre páginas ímpares e pares.

Auto Layout e print automatizado

O auto layout com a progressão de impressão de texto, tabelas, gráficos e imagens de acordo com a lógica do documento é sempre vertical. Não é possível sobrepor elementos entre os blocos verticais.

Alinhamento horizontal de elementos

Só é possível alinhar horizontalmente elementos de print com o uso de HTML, não dá para fazer pela Folha de Estilos.

Espaçamento, tabulação e indentação

Pode ser ajustado no layout o espaçamento entre parágrafos, títulos e linhas de texto, dentro de tabelas, entre imagens e entre gráficos.

Além disso, é possível definir regras de tabulação entre parágrafos e de indentação para títulos, subtítulos, parágrafos, listas etc.

Nos casos em que se busca criar exceções, às regras globais, de estilo para um ponto específico do documento, será necessário usar HTML.5

Tipografia e numeração

Você pode mexer no tipo e tamanho de fonte, no alinhamento, na cor, nos efeitos ou decoração (negrito, itálico, sublinhado, caixa alta etc.) e na numeração de página, títulos, subtítulos, parágrafos e listas (numeração que pode ser ativada ou não, que pode ser em arábico, romano, letra etc.).

Você pode encontrar todos os parâmetros da Folha de Estilos em nossa base de conhecimento, são muitos!

Vamos finalizar falando agora de HTML.

Usando HTML

Por vezes há coisas que os designers querem fazer que estão além dos limites da Folha de Estilos. Nesses casos, você pode criar instruções visuais diretamente em HTML.

A primeira coisa que precisa ser feita é definir as áreas do documento onde você quer que isso apareça. Além de texto, tabela, gráfico6 e imagem, considere o box model do HTML como o 5º bloco de elemento visual que pode ser construído na plataforma Looplex.

A mesma regra geral do auto layout de impressão se aplica aqui: a progressão é sempre vertical, mas dentro do bloco de HTML você pode carregar tabelas com células de arranjos e tamanhos variados.

As margens de blocos em HTML podem ocupar todo o espaço lateral, mas não podem violar as margens laterais da Folha de Estilos. Você pode fazer as células ocuparem todo espaço até o limite da página e depois estabelecer limites pelo padding (margens internas do box model).

Atenção: se as células internamente ficarem desalinhadas no auto layout vertical, você poderá ficar com espaços em branco no documento ou com um elemento inteiro mudando de página.

Por isso, é preciso pensar no que o print irá gerar em cada caso. Uma alteração em componente de lógica que será usado em múltiplas petições ou contratos pode ficar muito difícil de implementar ou de evoluir por conta dessas interferências. Quanto mais permutações e cenários, maior a chance de quebrar todo o layout e diagramação.

Construindo no Office e conclusão

Se tudo isso ainda não for suficiente para o designer, é possível criar o Visual Law de um template diretamente no seu arquivo de trabalho do Microsoft Office. Use os elementos de estilo do Power Point ou do Word.

Mas nem todas as lógicas poderão ser possíveis de implementar. Fale com o seu parceiro de engenharia jurídica para saber mais detalhes.



1 Elementos concretos de um caso específico que não avançam a história. Como dizer o dia e hora de cada reunião em que uma parte teve com a outra para negociar quando somente era relevante e necessário dizer que as partes se reuniram e não chegaram a um acordo. Chamamos essa técnica de descontextualização, para que a narrativa possa ser usada em diferentes permutações e os itens de preenchimento sejam reduzidos, acelerando o processo de construção automatizada.

2 Remover voz passiva, gerúndios, substituir palavras em desuso por outras mais comuns (“mentiroso” em vez de “mendaz”, “acusação sem fundamento” em vez de “aleivosia” etc.) e usar termos jurídicos técnicos apenas onde é necessário dar precisão a um conceito.

3 Por exemplo, se houver 8 tópicos dentro de um documento com 3 variações internas cada, o número possível de permutações de layout de impressão seria nada menos do que 40.320; se você adicionar um terceiro nível condicional esse número vai para nada menos do que 479 milhões de arranjos! Para entender isso visualmente (😉) imagine as permutações de um cubo mágico.

4 Dependendo dos elementos de Visual Law colocados pode ficar muito artesanal e demorar para implementar, manter e atualizar, fazendo o projeto sair completamente de escopo e tornando virtualmente impossível a evolução do conteúdo jurídico do cliente. É o mesmo desafio/constrição que um web designer tem quando usa um Design System em vez de desenhar cada botão, tela e interação. Quanto mais liberdade artística, mais difícil será de fazer, manter e evoluir o projeto.

5 Com os problemas mencionados de manutenção e evolução do documento. Por exemplo, se o cliente decidir ajustar a Folha de Estilos e mudar indentação, espaçamento, fonte etc. de seus templates, todos os pontos em que há HTML específico e não padronizado terá de ser manualmente revisado.

6 Os “gráficos” que nos referimos aqui são os Tubes de gráficos gerados diretamente em Lawtex no documento. Para puxar gráficos e visões de BI construídos em outras aplicações de visual analytics (como Power BI e Kibana), você deve inseri-los como um elemento de HTML. Veja mais sobre isso em nossa Base de Conhecimento.